Os Dois e Aquele Muro

junho 8, 2016

Espaço dos Fofos recebe espetáculo com texto de Ed Anderson e direção de Francisco Medeiros.

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Os Dois e Aquele Muro narra uma noite na qual dois homens solitários se encontram pela primeira vez e juntos entram em um jogo intenso de sedução, disputa de poder e impulso entre vida e morte.

Quando escreveu esta peça, o autor convidou Francisco Medeiros para uma primeira leitura encenada. Em seguida, o texto foi publicado e depois de alguns anos ganhou o edital do Prêmio Zé Renato – 3ª edição – 2015. Em cena estão os atores Plínio Soares e Luciano Gatti.

No espetáculo dois homens – Lucio e Jonas - marcam um encontro virtualmente e se veem pela primeira vez em um pub. Depois de alguns drinks e conversa, dirigem-se à casa de Lúcio onde o jogo de sedução e poder começa a ficar mais radical. Dois homens solitários, dois universos tristes em busca de algo se jogam em uma noite de caça.

Francisco Medeiros enxerga o texto como uma profunda disputa entre dois homens, uma guerra onde a sedução é a maior arma. Em Os Dois e Aquele Muro Medeiros optou por uma linguagem não realista em que a escritura cênica se organiza partindo de uma relação de paralelismo entre ações verbais e ações físicas. O percurso descrito pela obra se inicia num espaço público e se transfere para um espaço privado, que por sua vez vai ganhando uma dimensão íntima crescente.

Os Dois e Aquele Muro mescla de maneira intrigante drama, comédia, suspense, numa sucessão não linear de cenas breves e de variadas pulsações. Imersos na incessante luta pelo poder, nem por isso os dois deixam de experimentar o sabor do afeto, da solidariedade, da ferina ironia, do respeito pelas diferenças, mesmo vivendo as dificuldades ou mesmo as impossibilidades de degustar estas dimensões que também fazem parte da aventura de estar vivo.

Sobre o percurso do texto e do projeto, o autor Ed Anderson relata: ”Os primeiros rascunhos deste texto surgiram nos idos de 2001, portanto há quinze anos, e lá se vai uma paciente primavera. Dizem que o tempo é sábio. Agora ele debuta em cena trazendo uma história de bem mais que quinze parcerias. E quem comanda a valsa não poderia deixar de ser Chico Medeiros - artista inquieto presente em boa parte da história do teatro paulista. Apesar do tempo corrido, fico impressionado com a atualidade da escrita, afinal, nas últimas estações, não foram poucos os “muros” erguidos ao diálogo e raros os demolidos. Espero que através desta encenação cada um saiba lidar com os seus tijolos”.

A iluminação de Domingos Quintiliano sugere a passagem da atmosfera lunar, cheia de sombras, reflexos e transparências, típicas da noite e do universo das aparências, para a emergência de um clima solar, luminoso que nos desperta para o mundo das evidências.

De uma certa maneira esta é também a opção do cenário de Heron Medeiros, um espaço versátil, móvel, e de grande agilidade que se modifica a partir da ação dos personagens: um mundo que ganha configurações e texturas específicas pela ação do homem e, paralelamente um espaço modular, que procura ser um parceiro provocativo e eloquente no jogo entre os dois atores.

O espetáculo segue em cartaz no Espaço dos Fofos, às segundas, terças e quartas, 21h, até o dia 3 de agosto de 2016.

duração: 60 minutos
classificação: 16 anos
capacidade: 80 lugares
ingressos: R$ 30,00 | R$ 15,00
bilheteria: 1 hora antes do espetáculo 
cartões: aceita todos os cartões
meia entrada: para estudantes, professores da rede pública, maiores de 60 anos e classe teatral
Grátis para professores e alunos da rede municipal de ensino
 

FICHA TÉCNICA

texto: Ed Anderson
direção: Francisco Medeiros
elenco: Luciano Gatti e Plínio Soares
assistência de direção e trilha sonora: Aline Meyer
cenografia: Heron Medeiros
figurinos: Marichilene Artisevskis
Iluminação: Domingos Quintiliano
preparação corporal: Bruna Longo
direção de produção: Maurício Inafre
produção executiva: Ana Elisa Mattos
assistência de produção: Murilo Carvalho

 

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